Uma reportagem feita pelo site Vortex Media revelou uma série de emails que aponta um acerto entre o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, na época em que ele advogado-geral da União do governo Lula, entre os anos de 2007 e 2009.
Os emails foram encontrados em um HD do computador do empreiteiro que foi apreendido pela Polícia Federal em 2015. Em uma mensagem enviada no dia 13 de julho de 2007, Marcelo se refere a Toffoli como “amigo do amigo do meu pai”. O pai de Marcelo Odebrecht é Emílio Odebrecht, que era amigo de Lula, que era amigo de Toffoli.
Em abril de 2019, uma matéria sobre a relação entre Emílio, Lula e Toffoli foi publicada na revista Crusoé e no site O Antagonista. Entretanto, a mesma foi censurada pelo ministro Alexandre de Moraes, que impôs uma multa de R$ 100 mil por dia em que a reportagem ficasse no ar. Dias apoiou a decisão de Moraes e acusou os veículos de tentarem constranger o Supremo.
As mensagens também citam o advogado e executivo da Odebrecht, Adriano Maia, que tinha um acordo com a Advocacia-Geral da União acerca das hidrelétricas do Rio Madeira. A empreiteira havia firmado uma parceria para descobrir se era viável construir e operar usinas no rio Madeira.
Marcelo e os demais diretores da empresa sempre se referiam a Toffoli como “amigo de Adriano” ou “amigo de AM”. Esse codinome decorria dos episódios das tratativas no caso do Rio Madeira. De acordo com Marcelo Odebrecht, o principal contato da empresa e de Adriano Maia junto a Toffoli era o advogado Sérgio Renault. Era ele quem cuidava da parceria junto a Dias Toffoli.